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O término do meu noivado...
Sinceramente, o único ônus que eu vejo no meu trabalho na internet hoje é a exposição… Se eu pudesse fazer exatamente o que faço, gerando o exato impacto, sem ter de colocar meu rosto na frente de uma câmera, seria perfeito 🙈
A verdade é que ser vulnerável é muito difícil (aliás, sendo este um dos princípios fundamentais da feminilidade, fica evidente que ser feminina exige muita coragem😆). E sim, eu me poupo um bucado de compartilhar minha vida pessoal publicamente, para respeitar minhas próprias fronteiras de intimidade… Mas quando comentei com vocês sobre o término do meu noivado noutra carta, muitas me pediram para compartilhar mais visto que também passaram por términos difíceis ❤️🩹
Bom…
Estava tudo escolhido… As flores, a comida, a música, a Igreja… Eu havia sonhado com aquele momento por anos! Toda mulher que sonha em se casar tem uma pasta no pinterest de inspirações; no meu caso, eu tinha uma dessas desde os 12 😂😂
Bem, não estava tudo exatamente como eu tinha sonhado (acabei descobrindo que planejar um casamento pode não ser tão glamuroso quanto a festa em si 😅), mas eu me relembrava do fato importantíssimo de que o matrimônio, os votos, o sacramento, o juramento e a vida a partir dele eram muito mais importantes que a decoração ou a lista de convidados. Graças a Deus essa conciência não me abandonou ou talvez eu, envolvida pelos preparativos, pelo vestido, pelos docinhos e pelos lindos convites, provavelmente teria “deixado passar” quando ambos percebemos, em uma conversa sobre o futuro, que estávamos em desacordo sobre um ponto crucial de nossos valores. Um ponto crucial que evindenciava uma divergência primordial de princípios e sobre a qual nenhum dos dois poderia abrir mão, visto que tratava-se de fé. Fé esta que afetaria não apenas nossas decisões como um casal, mas também nossas decisões familiares, na criação de nossos futuros filhos, justo na família que pretendiamos em breve inaugurar… 🫠
Obviamente eu tinha deixado passar, no meu processo seletivo, algo de suma importância. Talvez, encantada demais em reparar que ele sempre abria a porta do carro para mim, havia me esquecido do que era essencial… (Mais tarde, tive a preocupação de, ao trazer à vocês as noções de masculinidade, feminilidade e cia. não tornasse mais evidente superficialidades do que fundamentos - embora os fundamentos sejam refletidos nos pequenos atos - para que não encorressem no mesmo erro que eu…)
Fulton Sheen disse uma vez que a atração humana é física, psicológica e espiritual. Claramente estávamos em desacordo sobre o último, mas não seria isso superável? (Afinal, se tornar Um significa muitas vezes abrir mão, dar outra face, fazer concesões, acordos, liderança e submissão.) Foram algumas semanas de meditação e muitas conversas para descobrirmos, no entanto, que, naquele ponto, não era…
Doeu bastante 🥹
Talvez se o término tivesse sido ocasionado por conduta vergonhosa de uma das partes, a outra teria de lidar com a dor, mas logo se resignaria, desgostando com o tempo da pessoa que a feriu. Mas não. Lá estávamos, duas pessoas que não haviam provocado nenhum mal mútuo, apenas não podiam continuar a viagem pois haviam percebido que estavam planejando destinos distintos.
Como disse o sábio… “Podem dois andarem juntos se estiverem em desacordo?” (Amós 3:3). Ou ainda, como disse outro sábio, alguns milhares de anos depois… “Amizade é sobre ter o mesmo querer e o mesmo não querer.” (São Tomás de Aquino.)
Como eu disse… Doeu bastante. Mas (e isso quero que gravem profundamente em seus corações, damas solteiras):
Se você não possui nenhum ideal, princípio, fé ou hierarquia de valores lhe guiando, ainda solteira, a tomar decisões difíceis contra suas vontades, muito menos poderá ser guiada pela convicção do matrimônio indissolúvel, quando casada, em circunstâncias desfavoráveis à paixão (e elas virão).
Chorei um bucado! Pedi à minha irmã e mãe que se encarregassem de cancelar com todos os fornecedores e não quis ir à academia por uma semana 😅 Assisti muuuitos filmes da sessão da tarde, tomei sorvete e chorei mais um pouco no colo de minhas amigas🍿

Quando já havia sofrido o bastante, coloquei em prática o Processo Pós-Término (PPT, para os íntimos, e sobre o qual já ensinei a vocês), encerrei aqueles capítulos da minha história e então passei a sair mais com amigos aos fins de semana 😌 (Eles me obrigaram a princípio, e graças a Deus!)
Isso foi essencial. Meus fins de semana, que costumavam ser ocupados pelos compromissos do relacionamento, tinham subitamente se tornado livres, e a combinação de solidão + ócio + tristeza não é saudável se contínua, especialmente após um término.
Preencher minha agenda novamente com planos de cinema, pizza ou karaoke e me ver obrigada a me arrumar para encontrá-los, resultou em uma recuperação mais acelerada da minha confiança: a confiança de que as coisas ficariam bem e que a vida ainda era bonita… Tudo ficaria bem 🥹 (como ficou 🤭)…
Essa não foi uma carta pedagógica, eu sei… Não tinha a intenção de ensinar alguma lição ou dar-lhes uma solução de eficácia geral. Foi só um pouquinho da minha história e que tavez possa animar uma de vocês 🙃
Até a próxima, damas! Beijinhos💋
Sara Duelli
Obs.: Falar, para nós mulheres, tem efeitos curativos absurdos. Simplesmente falar. Então se quiserem usar este cantinho aqui para desabafar, fiquem à vontade 🤗 Saiba que, se estiver passando por um término difícil, agora tudo parecerá nebuloso… Mas há uma linda paisagem quando a neblina abaixar ❤ (Eu prometo, eu já vi! 😌)
Nas palavras de Cher… Eu acredito em vida após um amor [que se foi] 🤭
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