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A lição Lady Di: Seja espontânea! Mas nem tanto...

Eu recebo dezenas de elogios pela forma como me comunico e sou realmente muito grata por cada um deles, justamente porque minha comunicação (não só minha escolha de palavras, mas também o tom da minha voz e minhas expressões) não são inatas😅 Eu empenhei tempo e esforço para modelá-las até que hoje se tornasse realmente natural☺️

Como uma boa colérica, minha natureza impaciente, meu sarcasmo e minha secura frequentemente eram impressas na forma como eu falava com as pessoas ao meu redor. Até que percebi que, se este aspecto da minha natureza estava,

  1. Gerando desconforto aos meus próximos;

  2. Prejudicando a trasmissão das minhas verdadeiras intenções;

  3. Me afastando dos meus objetivos (ter relacionamentos pacíficos, saudáveis e leves);

eu precisaria mudá-lo…

Sim, pasme! Algo ser natural não significa que necessariamente contribua para o Bem. Às vezes precisamos agir contra certos “impulsos inatos” se quisermos alcançar o bom fim que se espera 🌹

Bem, nem todos entenderam isso… Todas as vezes que conto que a forma como me comunico não é inata e mesmo que agora me seja flúida, ainda assim foi primeiro necessário um empenho real para gerar este fruto, eu recebo uma ou outra provocação: “Isso não seria ser ‘forçada’? Não seria ser ‘artifical’”?

Quero hoje livrá-las deste receio de uma vez por todas, para que possamos juntas desenvolver a nossa Melhor Versão, encontrando um equilíbrio legítimo entre espontaneidade e adequação. Para isso, não poderia pensar como exemplo em ninguém mais que a icônica Lady Diana! 👑

Quer você goste dela, quer não, quer acredite nas dezenas teorias de conspiração sobre sua misteriosa morte (👀), quer prefira Kate Middleton ou quem quer que rivalizem com Diana, precisamos admitir que Lady Di tinha personalidade; ela não passava despercebida e sua espontaneidade cativou o coração do público… Na foto abaixo, ela quebrou um dos inúmeros protocolos reais ao correr de saia em uma competição recreativa entre mães na escola de seus filhos. Lady Di sempre colocou a maternidade como prioridade e, mais uma vez, quer você concorde, quer não, “originalidade” é uma palavra que lhe cai muito bem! 😌

Sim, ninguém olharia para ela e pensaria em uma pessoa “artificial”. Além do mais, vamos combinar que é sempre gostoso estar na companhia de pessoas bem-humoradas, leves e espontâneas!

Quer dizer, é sempre bom estar perto de pessoas que sejam espontâneas, quando essa espontaneidade revela uma personalidade agradável. Porque se a pessoa em questão que esteja exercendo sua espontâneidade for a Dolores Umbridge de Harry Potter, ela só estará sendo insuportável mesmo 🥴

Bem, então a espontaneidade é algo ruim?

Não. 🙃

É algo bom?

Também não. 🙃

A espontaneidade é o ato de ceder a um impulso inato. E isso pode ser bom ou pode ser ruim, a depender do impulso e das circunstâncias. Matar alguém é meio ruim, sabe? Fazer aquela dancinha da felicidade quando come algo que gosta é uma espontaneidade boa.

(A não ser que se trate de petiscos em um velório… 🤭)

Vê?

Para tudo em nossa vida faz-se necessária a virtude da prudência:

O ato de deliberar pela reta razão as melhores decisões diante de cada circunstância!

Agir contra um impulso não é artificialidade ou, mesmo se fosse, isso não poderia ser considerado algo ruim em toda e qualquer situação. Nós aplaudimos mães explosivas, atendentes mal-humorados, homens agressivos e professores preguiçosos?

Ou será que não estimamos justamente a mãe que modela seu tom de voz contra o que ela está sentindo para poupar o filho da injustiça, um atendente que se esforça para ser educado mesmo quando teve um dia difícil, um homem que controla sua ira e um professor que ensina bem a matéria mesmo estando cansado após vários turnos de aula?

Voltando à lady Di…

Vamos combinar que essa não é a forma mais confortável de se sentar…

Vamos combinar que este look não é o mais indicado para alguém que queira pular e dançar quando lhe der vontade…

Essa também provavelmente não era a combinação mais cômoda do guarda-roupa de lady Di… Mas foi a que ela achou mais adequada para a ocasião: um encontro com madre Teresa (uma mulher admirável que com certeza não fazia todas as próprias vontades quando lhe dava na telha).

A verdade é que lady Di tinha conciência de que era uma figura pública… Todas nós somos de alguma forma, na medida que somos seres relacionais. Isso nos coloca inevitavelmente na posição de nos preocuparmos não apenas com “quem somos”, mas em como esse “quem somos” influencia no modo como as pessoas nos veem e são atingidas por nossos comportamentos.

Lady Di aprendeu a demonstrar vulnerabilidade e espontaneidade na medida exata que fez o povo se apaixonar por ela 🥰

Ao mesmo tempo que seus deveres e responsabilidades lhe exigiam que modulasse e se contivesse em momentos apropriados em nome da adequação 😌

Isso não queria dizer que ela havia se perdido de si mesma! A essência depende da estrutura.

É para isso que servem todos os padrões, tradições, convenções e aprimoramentos pessoais: são a taça que contém o vinho. O vinho é sempre mais importante que a taça, mas, sem ela, ele se perde, levando consigo a possibilidade de ser provado 🍷

Preserve a essência com estrutura, mas não a sufoque com ela.

Não deixe de se aprimorar por medo de perder a si mesma. Tenha medo de nunca se conectar à sua melhor versão simplesmente porque se contentou àquela que não lhe deu a vida que sonhou.

As virtudes são conquistadas pelo esforço. E isso é louvável!

Até a próxima, damas! Beijinhos💋

Sara Duelli

Obs.: Amei ler cada comentário na última carta! Vocês são incríveis! Não se acanhem: quero opiniões, histórias pessoais, reflexões… Este é nosso espaço 😘

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